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BOTÂNICO

Ao passo que enfrentamos os obstáculos da pandemia como cidadãos, percebemos, como profissionais, uma notável e crescente preocupação com o lar. O confinamento nos mostrou, na prática, como ambientes de qualidade impactam nosso bem-estar e rotina.

Mas, mais do que isso, escancarou a profunda necessidade humana de conexão com a natureza. Nos últimos meses, observamos como consequência, um aumento na adoção e compra de animais domésticos, a mudança na disposição dos móveis para garantir espaço para o banho de sol dentro de casa e o crescimento na venda de plantas e flores.

No tangente ao meio ambiente, o isolamento social e a desaceleração das grandes cidades trouxe cenários inimagináveis para o mundo globalizado. O Himalaia pôde ser visto da Índia pela primeira vez em 30 anos, golfinhos foram avistados em Veneza e a presença de tartarugas foi registrada na Baía de Guanabara.

Durante esse período, poucas coisas se provaram verdadeiramente necessárias, revelando o real valor do essencial. Essa urgência latente de lembrarmos que somos parte da natureza se manifestou no grande movimento de pessoas procurando por contato com o mato e a terra. Voltamos a nossa atenção para o entorno, reconectando-nos com áreas próximas, com a natureza e com paisagens naturais das quais tanto nos distanciamos.

O Botânico é um viveiro de plantas que vem como reação a essas contestações, comunicando leveza, respiro, contemplação, simplicidade e a essência do que acreditamos. A arquitetura foi, é e sempre será uma resposta ao estilo de vida de uma época. Somos um convite ao reencontro com a vida.

Todos os anos, a época de chuvas intensas em Brasília coincide com o período de CasaCor. Para algumas ocasiões, o fenômeno meteorológico é visto como um problema, mas para o Botânico, a chuva oferece uma experiência poética. Para que nenhum visitante perdesse tal oportunidade, detalhamos um totem informativo em serralheria com suporte para guarda-chuvas. Desenvolvemos também um cartão em papel semente para dar continuidade à narrativa que abordamos no Botânico, perdurar o ciclo e estreitar o contato com a terra.

A implantação do Botânico foi guiada por uma sequência de árvores existentes da espécie Ficus benjamina, que abraça o pavilhão e garante sombra. Por isso, para o paisagismo, escolhemos plantas que gostam de meia sombra. Ainda sobre a escolha da vegetação, optamos por espécies de folhas largas, que trazem a sensação de aconchego e adiciona, invariavelmente, um toque tropical ao jardim.

O pátio lateral tem função contemplativa, sugerindo um momento de pausa e respiro. Recebeu mobiliário da linha 22 assinada por Paulo Mendes da Rocha e criada especialmente para o Sesc 24 de Maio.

Com o objetivo de construir uma atmosfera leve, soltamos toda a nossa estrutura de fachada da estrutura de madeira, criando assim um vazio em todo perímetro e também na cobertura, que não toca as paredes. Dessa forma, permitimos a entrada de chuva e garantimos a umidade do viveiro. O vidro Habitat da Cebrace Vidros utilizado possui uma fabricação inteligente que mantém o calor do lado de fora e integra o que há de melhor em design e tecnologia tornando o ambiente mais agradável e criando uma conexão visual entre quem visita e o ambiente externo.

Ano do projeto: 2021

Equippa responsável: Priscila Gabriel, Gabriela Schinzel, Valentina Moura, Virginia Castro, Marina Davi

Crédito fotográfico: Julia Totoli

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